O Policial militar Rodrigo de Almeida Carvalho, que se suicidou na última terça-feira (22/4), no Comando de Policiamento de Área (CPA) Leste, em Manaus, gerou comoção entre colegas de farda e acendeu o alerta sobre as condições de trabalho enfrentadas pela tropa. Policiais em início de carreira se reuniram para realizar uma manifestação.
Rodrigo fazia parte da nova turma incorporada recentemente à Polícia Militar do Amazonas (PMAM) e, segundo os manifestantes, vinha enfrentando uma rotina exaustiva, com escalas consideradas “abusivas” por companheiros, de 5 dias de trabalho por dois de folga. A sobrecarga e o estresse foram apontados como fatores que desestabilizaram o militar.
A manifestação foi às 16h desta terça-feira, no CPA Leste. A intenção do movimento, foi chamar a atenção da sociedade e das autoridades para as condições de trabalho que, segundo eles, colocam em risco a saúde mental e física dos profissionais da segurança pública e impedir que novas tragédias aconteçam.
A Associação das Praças da Polícia e Bombeiro Militar do Amazonas (Aspra) lamentou profundamente a morte do soldado Rodrigo Almeida e se solidarizou com a família e colegas de farda. Em manifesto, a entidade destacou que a tragédia expõe as condições enfrentadas pelos policiais recém-formados, submetidos a escalas exaustivas e deslocamentos diários.
A Polícia Militar do Amazonas (PMAM) divulgou nota lamentando a morte do soldado Rodrigo de Almeida Carvalho. A corporação afirmou que está oferecendo apoio psicológico e social à família do policial por meio da Diretoria de Promoção Social (DPS). Segundo a PMAM, Rodrigo não apresentou qualquer indício de necessidade de atendimento psicológico durante o Curso de Formação de Soldados (CFSD) ou no período em que atuou no efetivo após a formatura. social.
A respeito da carga horária de trabalho, a PMAM esclareceu que o soldado atuava no policiamento a pé, com jornada de seis horas diárias, de segunda a sexta-feira. Também informou que a escolha dos policiais para esse tipo de escala obedece ao critério de antiguidade. “No momento, a função está sendo desempenhada pelos militares recém-formados pela turma de 2024”, diz a nota.