A NFL (National Football League) já não é apenas um produto de exportação americana: virou fenômeno global, e o Brasil é peça-chave nessa expansão. Em 2024, segundo a liga, a competição faturou, ao todo, US$23 bilhões, um recorde impulsionado por acordos de mídia, patrocínios e licenciamento. Essa força chegou a São Paulo, que recebeu no último dia 5 seu segundo jogo oficial da NFL: Kansas City Chiefs x Los Angeles Chargers, diante de 47.627 torcedores na Neo Química Arena.
De acordo com a NFL, o impacto econômico e cultural também chama atenção. No ano passado, quando o país sediou pela primeira vez uma partida da liga com o duelo entre Philadelphia Eagles e Green Bay Packers, a cidade gerou 12,5 mil empregos apenas nas semanas que antecederam o confronto. Do público, 11,5% era formado por estrangeiros, e 57% vieram de fora da capital, movimentando fortemente os setores de turismo e hotelaria. Agora, a cidade de São Paulo reforça sua posição como um dos mercados internacionais mais estratégicos da NFL.
E, em meio a toda essa movimentação, quem se destacou até mesmo antes da aguardada presença de Taylor Swift – cogitada por causa do noivo Travis Kelce – foram os alunos do Colégio Marista Glória e do Marista Escola Social Irmão Lourenço. Um dia antes da partida, eles participaram de uma clínica de Flag Football no Parque CERET, no Tatuapé, com apoio do time dos Chiefs, onde puderam vivenciar técnicas e fundamentos do futebol americano em diferentes estações. A iniciativa teve como propósito difundir a modalidade no esporte escolar, proporcionando experiências práticas a crianças e jovens e, em um segundo momento, capacitar professores para ministrar a atividade, tudo com a chancela da NFL.
Os estudantes passaram por atividades de passe e recepção da bola em movimento, lançamentos de precisão em alvos, duelos de 1×1, exercícios de velocidade de reação e até jogos cognitivos em equipe, como uma versão dinâmica do jogo da velha. Também praticaram deslocamento com bloqueios em colchões e dinâmicas com fitas, simulando jogadas típicas do flag. Tudo isso com a participação do mascote KC Wolf, das cheerleaders, da atleta da seleção brasileira de flag Gabriela Bankhardt e lendas da equipe norte-americana.
“Foi muito legal conhecer de perto as cheerleaders, o mascote e até interagir com os materiais que eles usam nos treinos. Acho que, quando a gente descobre melhor cada esporte, passa a ver que pode ser divertido até aquele que eu nem conhecia antes”, contou Lígia Cavallari, aluna que pratica handebol no colégio.
“A nossa experiência foi muito legal, gostamos bastante e se tivermos outra oportunidade, praticaremos sim o flag football. E o que mais gostamos, foi o aquecimento, conhecer os jogadores, os treinadores e as cheerleaders. Todos nos trataram super bem,” comentaram os estudantes Sophia Garcia e Renan Henrique, do Marista Escola Social Irmão Lourenço.
Antes da bola voar na Neo Química Arena, a NFL já tinha conquistado novos fãs brasileiros: crianças que agora carregam uma lembrança inesquecível de quando viveram, de perto, o show da liga mais famosa de futebol americano do mundo.
Para o coordenador do Núcleo de Atividades Complementares (NAC), Ronaldo Muñoz, a experiência mostrou como o esporte pode ser um elo cultural. “Eles tiveram contato direto com uma modalidade que é símbolo da cultura norte-americana e puderam perceber como valores como cooperação, resiliência, respeito e disciplina atravessam fronteiras”, finaliza.