Financiadores pagaram R$ 600 mil para levar 4,6 mil extremistas a Brasília no 8 de Janeiro, diz relatório

Vidraça do STF quebrada durante os atos do 8 de Janeiro FELLIPE SAMPAIO/SCO/STF - 11.1.2023

Financiadores dos atos extremistas pagaram R$ 599,9 mil para transportar manifestantes de 15 estados a Brasília no dia 8 de janeiro. Segundo relatório produzido pela Polícia Civil do Distrito Federal e compartilhado com a CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro, 119 ônibus transportaram 4.600 pessoas à capital federal para as manifestações que culminaram nos atos de vandalismo nas sedes dos Três Poderes. A autorização para os ônibus entrarem em Brasília foi emitida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) entre 1º e 8 de janeiro.

O documento, com mais de cem páginas, detalha o valor pago para transportar os manifestantes, além de identificar os responsáveis pela contratação dos ônibus e os financiadores do transporte. A intenção da relatora da comissão, Eliziane Gama (PSD-MA), é usar as informações para rastrear uma parte dos financiadores dos atos extremistas.

O relatório havia sido entregue em junho à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos, da Câmara Legislativa do Distrito Federal, e compartilhado com a CPMI na semana passada. Entre os pagamentos realizados pelos financiadores, há valores que variam de R$ 100 a R$ 28 mil.

De acordo com o documento, Jorginho Cardoso de Azevedo, de 61 anos, por exemplo, foi um dos contratantes que mais gastaram com transporte a Brasília. Ele pagou R$ 28 mil por um ônibus que saiu de São Miguel do Iguaçu, no Paraná, em direção à capital federal, em 7 de janeiro, com 38 passageiros.

Azevedo aparece na lista de presos devido a ataques extremistas no inquérito do Supremo Tribunal Federal que apura denúncias de crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado e dano qualificado. A reportagem não conseguiu contato com ele nem com sua defesa. O espaço permanece aberto para a manifestação de Azevedo.

O Sindicato Rural de Castro, no Paraná, também aparece como um dos financiadores do transporte de manifestantes. Segundo o relatório, a entidade rural pagou R$ 20 mil para transportar 67 passageiros do Paraná a Brasília. Três pessoas que estavam entre os passageiros foram presas por participação nos atos de vandalismo. O R7 procurou o sindicato, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui