Do papel às telas de celular: autora fala sobre democratização da poesia

Divulgação / Flavia de Assis e Souza

A autora do livro Sobre hoje – poesia reflexiva, sabe bem da difícil tarefa de incentivar a leitura poética em uma sociedade cada vez mais veloz e conectada. Segundo a autora, o gênero literário é menos popular que outros, pois existe um mito de que a mensagem seria rebuscada e difícil de entender.

Com isso, ela leva os poemas do papel para onde o público está: nas redes sociais. Com o perfil @1papel.flavia, que está no Instagram e em formato de blog, a autora busca não somente encontrar os leitores apaixonados por poesia, mas também formar um maior público consumidor desses conteúdos no Brasil. Confira a entrevista:

1. Em “Sobre Hoje”, você propõe um olhar diferente para a vida cotidiana que costuma ser atribulada. Para você, qual a importância de uma visão leve para o dia a dia em meio ao caos?

Flavia de Assis e Sousa: A leveza nos permite absorver as sutilezas do que nos rodeia e refletir sobre como impactamos e somos impactados por elas. Quando exercitamos a leveza, abrimos mais possibilidades de conexões felizes com o nosso interior e com o mundo. Não é necessário escolher a aversão à rotina atribulada, mas propor-se a se presentear com pausas, que desaceleram a turbulência e revigoram a energia.

2. Os poemas também adquirem ritmo, musicalidade e até textura através dos versos. Como foi o processo de construção dos textos para estimular os sentidos dos leitores?

F.S.: A escrita representa um dos meus momentos de pausa, quando me proponho a desligar-me das atribulações e deixar o pensamento fluir. Um fato, um objeto, uma lembrança, uma história que vi ou ouvi, um sentimento calado que percebo em alguém ou algo trivial são fontes de inspiração para traduzi-las em versos. Adorná-las com elementos que despertam os sentidos vem naturalmente, como um propósito genuíno de conectar os leitores e as leitoras com aquele momento e contexto.

3. Com “Sobre Hoje”, você mostra que a poesia está em todos os lugares. De que maneira as pessoas que não costumam estimular sua veia criativa e literária podem encontrar poesia no dia a dia?

F.S.: Para encontrar poesia no dia a dia, basta despertar-se para a observação atenta e sensível dos elementos que nos cercam e das gratas surpresas que a vida nos oferece, muitas vezes trajadas de momentos simples do cotidiano. Quando lançamos este novo olhar, conectamo-nos com as belezas que nos rodeiam e somos mais generosos e tolerantes com os desafios apresentados. Isto é poesia.

4. Você já escreveu centenas de poemas, além de manter uma rede social em que compartilha seus textos autorais. Em sua perspectiva, por que a poesia deve se fazer presente no cotidiano de cada vez mais pessoas?

F.S.: A poesia oportuniza a pausa que todos nós precisamos para renovarmos nossas energias. Ela é democrática e generosa, por ser uma leitura curta e dotada de elementos que nos ajudam a divagar no conteúdo dos seus versos. Quando nos sintonizamos com a sua mensagem e forma, saímos daquela pausa melhor do que entramos, como se tivéssemos sido tocados por uma pílula de sensações e reflexões.

5. Apesar de ser um dos mais tradicionais gêneros literários, a poesia não costuma ter tanto espaço entre os leitores. Por que isso acontece?

F.S.: A poesia é menos popular que outros gêneros literários por dois fatores: um se refere à pressa e à velocidade que imprimimos ao nosso cotidiano, não nos permitindo uma diversidade maior de leitura. O outro também se conecta ao primeiro e diz respeito ao mito de que a poesia é codificada, complexa e rebuscada, focando mais na forma que no conteúdo e exigindo maior dedicação para decodificá-la e compreendê-la. Embora existam estilos de poesia mais clássicos e dotados de elementos com esta configuração, apreciável por muitos, a poesia contemporânea se aproxima da vida e do cotidiano do leitor e da leitora, trazendo voz aos seus sentimentos e despertando novas perspectivas de uma maneira mais direta e fluida, sem perder o encanto do adorno.

Sobre a autora: Nascida em Rio Verde, município de Goiás, Flavia de Assis e Souza é engenheira de alimentos e possui pós-graduação em Marketing, Qualidade e Comércio Exterior. Formada por instituições como Unicamp, USP, ESPM e FGV, trabalha com vendas e-marketing há duas décadas em São Paulo. Além dessa carreira, sempre se dedicou ao ramo literário. Já escreveu 350 poemas, 40 contos e um romance. Também tem textos publicados em antologias de concursos nacionais de literatura. Recentemente, decidiu utilizar as redes sociais como uma das principais plataformas de divulgação de sua obra. Por meio do Instagram, compartilha poemas e histórias cotidianas. Agora, lança o livro de poesia “Sobre hoje”, uma publicação independente.

Divulgação / Flavia de Assis e Souza

Para saber mais do livro “Sobre Hoje”, clique aqui!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui