O papel da nutrição na prevenção do câncer de mama

O Dia Mundial de Combate ao Câncer de Mama, celebrado anualmente em 19 de outubro, é uma data importante para conscientizar a população sobre a prevenção, diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama, que é o mais comum entre as mulheres no mundo todo.

A prevenção envolve não apenas exames regulares, como mamografia, mas também hábitos de vida saudáveis, nos quais a alimentação desempenha um papel crucial. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 30% dos casos de câncer poderiam ser evitados por meio de alimentação saudável, prática de atividade física regular e controle do peso corporal.

Quais são os alimentos e nutrientes que podem ajudar a prevenir o câncer de mama?

De acordo com Fabiana Albuquerque, nutricionista do Instituto Nutrindo Ideais (@NutrindoIdeais) e especialista em nutrição esportiva e funcional pela Vp, nenhum alimento específico está comprovadamente associado à prevenção do câncer de mama, mas sim uma alimentação saudável como um todo. Porém, é importante procurar sempre manter uma alimentação balanceada, rica em hortaliças e frutas – que garantem o aporte de nutrientes e compostos bioativos que são benéficos ao nosso organismo. Os alimentos funcionais promovem alterações positivas no organismo, contribuindo para a manutenção da saúde. Além disso, uma alimentação normoproteica rica em fibras também é indicada.

A Organização Mundial de Câncer e o Instituto Americano de Pesquisas em Câncer elaboraram algumas recomendações para a prevenção do câncer. São elas:

  • Manter o peso corporal dentro dos limites normais, em todas as fases da vida;
  • Evitar o aumento da circunferência da cintura na fase adulta;
  • Consumir raramente alimentos de alta densidade calórica;
  • Evitar bebidas açucaradas;
  • Consumir raramente, ou nunca, alimentos do tipo fast food;
  • Consumir, em média, 400 g de frutas e hortaliças por dia;
  • Ingerir grãos pouco processados e/ou leguminosas em todas as refeições;
  • Evitar alimentos refinados que contenham amido;
  • Ingerir menos de 500 g de carne vermelha por semana, e pouca ou nenhuma carne processada;
  • Não consumir mais que um drink por dia de bebidas alcoólicas;
  • Evitar os alimentos salgados ou conservados com sal;
  • Limitar o consumo de alimentos processados, com sal em sua composição, para menos de 6 g por dia;
  • Não consumir alimentos ou grãos mofados;
  • Suplementos alimentares não são recomendados para a prevenção do câncer.

Quais são os alimentos e nutrientes que devem ser evitados para prevenir o câncer de mama?

Fabiana comenta que são os alimentos industrializados e bebidas alcoólicas em excesso. “O padrão alimentar ‘ocidental’, incluindo o consumo de carne vermelha e processada, grãos refinados, doces, sobremesas e produtos lácteos com alto teor de gordura, está associado ao risco de câncer, assim como o excesso de bebida alcoólica”.

Segundo o WCRF e AICR 1, a ingestão de bebida alcoólica representa um fator de risco convincente para o câncer de mama, tanto em mulheres na pré-menopausa quanto na pós-menopausa. Existem muitas evidências de que o álcool pode aumentar o risco de câncer de mama por meio de diversos mecanismos, dependentes ou não de hormônios. O etanol pode agir como cocarcinogênico, aumentando a permeabilidade da membrana celular a carcinógenos, inibindo a detoxificação dos mesmos pelo fígado, prejudicando o metabolismo de nutrientes e induzindo ao estresse oxidativo. Além disso, pode atuar como mutagênico, por meio do acetaldeído, e pode aumentar os níveis séricos de estrógenos e a atividade de transcrição do receptor de estrógeno, elevando a resposta da célula à ação deste hormônio.

A dieta Mediterrânea como alternativa 

A dieta mediterrânea tradicional é baseada em alimen

tos disponíveis nos países que fazem fronteira com o Mar Mediterrâneo. A base dessa dieta inclui uma abundância de alimentos vegetais, incluindo frutas, vegetais, grãos integrais, nozes e legumes, que são minimamente processados, sazonalmente frescos e cultivados localmente. Azeite de oliva como principal fonte de gordura, queijo e iogurte, consumidos diariamente em quantidades baixas a moderadas, peixes e aves, consumidos em quantidades baixas a moderadas algumas vezes por semana, carne vermelha, consumida com pouca frequência e em pequenas quantidades, frutas frescas para sobremesa. Vinho consumido em quantidades baixas a moderadas, geralmente com as refeições.

Os principais componentes da dieta mediterrânea,

como frutas e vegetais, azeite de oliva, peixe e vinho tinto, têm importantes propriedades antioxidantes devido ao seu alto teor de substâncias como polifenois, flavonoides, carotenoides e fibras, juntamente com um perfil favorável de ácidos graxos, o que vem sendo demonstrado em inúmeros estudos reduzir o risco de câncer de mama.

Nathália Guimarães, nutricionista

do

Instituto

Nutrindo Ideais

(

@NutrindoIdeais

) e especialista em nutrição clínica integrativa e funcional

, diz que o estresse oxidativo e

a geração de espécies reativas de oxigênio têm sido relacionados à progressão do câncer de mama. As células tumorais apresentam níveis mais altos de radicais livres. os antioxidantes têm sido extensivamente investigados para neutralizar a carcinogênese da mama e a progressão do tumor como agentes quimiopreventivos, essa é a grande razão que a dieta mediterrânea funciona muito bem na prevenção, pelo seu alto teor de antioxidantes como polifenois, flavonoides e carotenoides. “Apesar de não existir comprovação, nutrientes antioxidantes como vitamina A, Vitamina E, Quercetina, Resveratrol, Vitamina C e Glutationa por exemplo, podem desempenhar um papel crucial nesse processo de prevenção”, argumenta.

O acompanhamento individualiz

ado

Nathália

comenta que cada ser hu

mano é único e isso inclui nossa genética, existem polimorfismos genéticos como um simples e bem comum que é o polimorfismo no gene MTHFR que por si só eleva bastante nossos níveis de homocisteína que quando aumentados por um longo período de tempo pode levar dano no nosso DNA que levaria a um quadro oncológico. Entender essas necessidades particulares de cada indivíduo, atuando antecipadamente e corrigindo os desvios metabólicos é o melhor caminho para a prevenção em associação às mudanças de estilo de vida mencionadas acima.

REFERÊNCIAS:

INCA, WCRF, AICR

FONTES:

Fabiana Albuquerque, nutricionista

do Instituto Nutrindo Ideais

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