O Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) realizou a ação “Cozinhar para Relembrar” no último dia 20 para marcar o Dia Mundial do Alzheimer, celebrado no sábado (21). No evento, pacientes do ambulatório de memória do Serviço de Neurologia do HSPE prepararam pratos com ajuda de familiares e cuidadores. O ato de colocar a mão na massa – literalmente – tem efeitos terapêuticos e trabalha diferentes áreas do cérebro, que envolvem a lembrança e os sentidos (visão, tato, olfato, paladar e audição). Há benefícios também no aspecto social, pois pessoas com as alterações na memória – ou demência – tendem a ficar isoladas.
Os cheiros e até mesmo o toque podem relembrar emoções e momentos importantes para essas pessoas, fazendo com que lembranças do passado retornem, como os momentos com a família ou com amigos. Cozinhar ainda em um ambiente seguro pode ajudar a reduzir a passividade e a agitação do paciente. O ato de cozinhar é uma das diferentes atividades manuais que estimulam os cinco sentidos – tato, audição, paladar, olfato e visão – e tem benefícios comprovados para o bem-estar, sendo terapêutico para quem o exerce com regularidade.
Doença de Alzheiner
A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurodegenerativo progressivo que tem como um dos principais sintomas a perda de memória, especialmente para fatos recentes, de forma progressiva. A patologia dificulta a realização de tarefas diárias habituais, provocando confusão mental em muitos momentos. Porém, atividades rotineiras como lavar a louça, limpar a casa ou cozinhar podem ajudar a reduzir o risco da doença, mostram estudos.
Para Ana Luísa Rosa, neurologista do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), a culinária não é apenas uma atividade essencial para a nutrição, mas para o emocional. “Por meio da cozinha, as pessoas estimulam a função cognitiva e ainda se sentem úteis, criativas e relaxadas”, explica.
Segundo a médica, os benefícios não só da culinária, mas de outras atividades manuais para pessoas com Alzheimer incluem pintura, dança, artesanato e costura – mas cada atividade deve ser exercitada sempre com a vontade do paciente, dentro das condições físicas e clínicas dele.
Atualmente estima-se que existam 1,2 milhão de casos da doença no Brasil. No mundo, cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com a Doença de Alzheimer.