A grade questão que se coloca no mundo atual são os diferentes usos que podemos fazer com a Inteligência Artificial e como adequá-la de maneira produtiva a cada um dos processos a que diariamente somos submetidos. A boa notícia é que a IA está se tornando cada vez mais acessível. Com as técnicas adequadas, o que antes parecia complexo e inalcançável para a maioria, hoje se revela uma ferramenta poderosa ao alcance de quem tem um conhecimento básico na área de conhecimento onde se pretende atuar.
Falando especificamente m logística, em Supply Chain, não é preciso ser um cientista de dados ou um programador para colher os frutos da IA. Compreender os fundamentos da logística – o fluxo de produtos, a gestão de estoques, o transporte, a previsão de demanda – é o ponto de partida para identificar onde a IA pode gerar o maior impacto na Supply Chain.
Trocando em miúdos, estou dizendo que conhecendo as técnicas adequadas, as pessoas verão que basta ter um conhecimento básico nessa área, para tirar muito proveito desta tecnologia cada vez mais acessível a todos, assim técnicas simples poderão ajudar a atuar com a IA para profissionais da área tática ou estratégica, buscando aplicações de IA para otimizar processos.
Eu diria que dominar a Inteligência Artificial na Supply Chain é mais do que uma questão tecnológica, trata-se de uma Questão de Estratégia e Ação, uma vez que a Inteligência Artificial (IA) deixou de ser um conceito futurista para se tornar uma realidade palpável, moldando o presente e o futuro de diversas indústrias. No universo da Supply Chain, essa tecnologia desponta como uma força transformadora, capaz de revolucionar processos, otimizar a tomada de decisões e impulsionar a eficiência.
Mas temos que entender que é um equívoco pensar que a IA é um território exclusivo de especialistas em tecnologia da informação. Pelo contrário, seu verdadeiro potencial é liberado quando profissionais da área de logística, com seu conhecimento intrínseco do dia a dia da cadeia de suprimentos, se apropriam e aplicam essa ferramenta. Porque o que interessa verdadeiramente é como aplicar a IA no dia a dia do negócio.
Compreender os fundamentos da logística – o fluxo de produtos, a gestão de estoques, o transporte, a previsão de demanda – é o ponto de partida para identificar onde a IA pode gerar o maior impacto. Imagine um gerente de armazém que, com o uso de IA consegue otimizar o layout do estoque, prever picos de demanda para alocar melhor a mão de obra ou até mesmo identificar rotas mais eficientes para as entregas. Ou um comprador que, munido de insights gerados por IA, negocia melhores condições com fornecedores ao ter uma visão clara da flutuação de preços e da disponibilidade de matérias-primas. Esses são apenas alguns exemplos de como a IA pode empoderar profissionais da Supply Chain em todos os níveis, se constituindo um poderoso aliado no Chão de Fábrica e na gestão do processo.
Sabemos que o avanço da IA está impactando diretamente o nível operacional da Supply Chain. Ferramentas que antes exigiam programação complexa agora oferecem interfaces mais amigáveis, permitindo que profissionais do dia a dia trabalhem de forma mais assertiva. Pense em sistemas de visão computacional que inspecionam a qualidade de produtos em linhas de produção, softwares que otimizam o roteamento de entregas em tempo real considerando tráfego e condições climáticas, ou até mesmo bots que automatizam o atendimento ao cliente e o acompanhamento de pedidos.
Essas tecnologias não substituem a expertise humana, mas a complementam, liberando o tempo dos colaboradores para tarefas mais estratégicas e complexas. A IA assume o trabalho repetitivo e de alto volume, enquanto os profissionais se concentram na resolução de problemas, na inovação e na melhoria contínua, sendo que profissionais em níveis tático e estratégico, a IA oferece um leque ainda maior de possibilidades para otimizar processos e moldar o futuro da Supply Chain. Técnicas simples, como a análise de dados preditiva e prescritiva, tornam-se ferramentas poderosas.
Analisando o aspecto de previsão de demanda, a IA pode ir além das médias históricas, considerando uma infinidade de variáveis (eventos sazonais, tendências de mercado, condições econômicas) para gerar previsões de demanda muito mais precisas, reduzindo excesso de estoque e rupturas, através de algoritmos que podem determinar os níveis ideais de estoque para cada item, considerando custos de armazenagem, riscos de obsolescência e a demanda esperada, minimizando capital empatado e melhorando o fluxo de caixa, sem contar o seu papel na gestão de riscos, identificando e prevendo potenciais interrupções na cadeia de suprimentos (desastres naturais, instabilidade política, atrasos de fornecedores), permitindo que as empresas desenvolvam planos de contingência proativos.
A conclusão que pretendemos com esse artigo é mostrar que a Inteligência Artificial na Supply Chain não é um bicho de sete cabeças. Ela é uma ferramenta capacitadora e multiplicadora de possibilidades, apresentando-se como um convite para que todos os profissionais da logística, independentemente do seu nível de atuação, explorem suas capacidades. Com o conhecimento básico da Supply Chain e a disposição para aprender as técnicas certas, a IA vai transformar desafios em oportunidades, elevando a eficiência da cadeia de suprimentos a um novo patamar. O futuro da logística é agora, e ele é impulsionado por uma IA que está ao alcance de todos.
Eduardo Banzato é engenheiro, professor de MBA na Universidade Federal de Minas Gerais, professor no pós-graduação da Fundação Dom Cabral, especialista em Supply Chain, intralogística, manufatura e gestão organizacional e diretor da EvolutraPro, especialista em treinamentos de curta duração. www.evolutapro.com.br