SP reabre Museu do Futebol com novos espaços, diversidade e acessibilidade

O Estado de São Paulo reabre nesta sexta-feira (12) o Museu do Futebol no Estádio do Pacaembu, na capital. Esta é a maior reforma pela qual o equipamento passou desde a sua inauguração, em setembro de 2008. Com as mudanças, o espaço ganhou novas salas, conteúdos atualizados e itens raros que contam a história desta paixão nacional de maneira mais representativa, interativa e acessível a todos os públicos. A reabertura ao público contará com entrada gratuita até o domingo (14).

O espaço cultural estava em reforma desde novembro do ano passado e manteve funcionamento parcial até junho, quando foi fechado totalmente para a finalização das obras. O investimento para a renovação foi de R$ 15,8 milhões do Governo de São Paulo e de patrocínio de empresas privadas por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.

O projeto foi liderado pelos curadores Leonel Kaz, Marcelo Duarte e Marília Bonas, com direção artística e projeto expográfico de Daniela Thomas e Felipe Tassara, comunicação visual de Jair de Souza e consultoria de acessibilidade de Marina Baffini. Para desenvolver as novas atrações, a curadoria formou conselhos com personalidades ligadas ao esporte e a com própria equipe técnica do Museu do Futebol.

Nessa nova fase, foram licenciadas mais de 1,5 mil imagens, além da inclusão de 136 novos textos, da produção de mais de 60 vídeos e da aquisição de centenas de equipamentos – entre computadores, monitores, câmeras e projetores.

Museu do Futebol foi reaberto ao público nesta sexta-feira (12)

Elas ganham o campo

Com a atualização do espaço cultural, o futebol feminino ganhou mais destaque nas áreas expositivas. A Sala das Origens, que aborda curiosidades da modalidade desde o século XIX, agora realça o papel delas nos gramados. Um dos exemplos é o decreto assinado pelo presidente Getúlio Vargas em 1941, que proibiu a prática para as mulheres sob a justificativa de que era “incompatível com as condições de sua natureza”. O veto valeu até 1979.

As primeiras informações sobre a entrada das mulheres em campo foram incluídas na exposição principal do Museu em 2015. Agora, no percurso atualizado, há mais conteúdos inéditos coletados e cedidos por jogadoras, técnicas e jornalistas esportivos, incluindo imagens de brasileiras jogando nos anos 1920. Também há mais representação racial e de pessoas com deficiência no esporte.

“A reabertura do Museu do Futebol celebra nossa rica história futebolística e abraça a diversidade e a inclusão. Este espaço renovado oferece uma oportunidade única para todas as gerações se conectarem com as raízes do esporte que molda nossa identidade nacional”, afirma a secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativas, Marília Marton.

Espaço ganhou novas salas, conteúdos atualizados e itens raros que contam a história desta paixão nacional de maneira mais representativa, interativa e acessível a todos os públicos

Pelé eterno

Entre as novidades do museu está uma sala totalmente dedicada ao Rei do Futebol, com preciosidades como a camisa da Seleção que Pelé usou na final contra a Itália na Copa de 1970 e o uniforme usado pelo jogador em uma partida em homenagem à rainha Elizabeth II, da Inglaterra, pela Seleção Paulista.

As novas instalações também priorizam a trajetória do Pacaembu, com um vídeo especial de nove minutos sobre o estádio, além de maquetes táteis e assentos originais do estádio. As portas que ligam o Museu ao gramado foram reabertas, permitindo o acesso dos visitantes.

Sobre o Museu do Futebol

Localizado numa área de 6.900 m² no Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho – o Pacaembu – o Museu do Futebol foi inaugurado em 29 de setembro de 2008 e é um dos pioneiros do país na utilização de recursos audiovisuais e interativos para tratar de um patrimônio imaterial. É um museu da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Governo do Estado de São Paulo, concebido pela Fundação Roberto Marinho e administrado pela Organização Social de Cultura IDBrasil Cultura, Educação e Esporte.

Ao longo dos primeiros 15 anos de funcionamento, o Museu acumula mais de 4,7 milhões de visitantes presenciais, 22 exposições temporárias realizadas e outras 17 virtuais, mais de 440 eventos de programação cultural e 635 mil estudantes atendidos pelo Núcleo Educativo. É uma instituição de referência em acessibilidade para todos os públicos, tendo recebido vários prêmios na área.

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