Equipamentos policiais podem pesar até 22kg e elevar o risco de lesões

Crédito:Angelo Baima/PSA

Um estudo publicado no Brazilian Journal of Development revela que o uso obrigatório de equipamentos policiais como cinto de serviço, colete balístico, rádio e armamentos adiciona uma carga que varia entre 3,5 kg e 22 kg, podendo representar até 40% do peso corporal dos agentes. Além de impactar negativamente o desempenho físico e funcional, a carga adicional pode elevar o risco de lesões.

Diante da necessidade de os agentes portarem equipamentos pesados, sobretudo o colete balístico, Juliana Thomé, fisioterapeuta e neurocientista, idealizadora do Guia Prático da Postura, dá dicas para evitar dores durante o exercício da função. “A adequação postural para o exercício da função é essencial, sobretudo nos momentos de atividade física intensa ou muitas horas em pé. É importante entender que o preparo físico dos agentes não necessariamente significa que o corpo tem uma postura adequada e que os movimentos são executados da melhor forma possível, sem gerar sobrecarga”, avalia.

As dores mais comuns observadas em militares que portam equipamentos pesados estão na coluna, no nervo ciático (irradiando para a perna) e articulações, como joelhos e tornozelos. De acordo com a especialista, o preparo físico é essencial, com exercícios específicos para fortalecimento do corpo, sobretudo do abdômen. Porém, um treinamento específico para o cérebro é essencial para reprogramar a forma como os movimentos são executados de forma automática no dia a dia.

“A abordagem de um acompanhamento de fisioterapia embasado na neurociência tem a capacidade de reprogramar a forma como os profissionais utilizam a musculatura para sustentar o corpo, evitando lesões. Por exemplo, para ficar muito tempo em pé com o colete balístico, é preciso ativar o abdômen e apoiar o peso do corpo nos calcanhares. Porém, o profissional não pode pensar o tempo todo em como está sua postura, porque a atividade exige total concentração no ambiente externo. Assim, exercícios específicos fazem o cérebro automaticamente ajustar o corpo para a postura correta”, explica Juliana.

Para essa reprogramação, é preciso uma avaliação postural com um especialista. Além disso, algumas práticas contribuem para o aumento da resistência física. “A prancha é um exercício essencial para fortalecer o core, um conjunto de músculos que estabilizam e protegem a região da coluna. Evitar apoiar o peso na ponta do pé e projetar o quadril para trás para aliviar a carga do colete são práticas que evitam lesões”.

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