O soldador que aparece em vídeos ameaçando e ateando fogo no marido de uma colega de trabalho em Mauá, na Grande São Paulo, confessou o crime. A Polícia Civil relatou o inquérito e pediu a conversão da prisão temporária em preventiva, que não tem prazo de duração.
O crime foi motivado por uma discussão sobre R$ 150, segundo a mulher da vítima. Ela e o soldador trabalham em uma oficina.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte de Fabricio Alves de Araújo, de 45 anos, foi por “complicações clínicas decorrentes de queimaduras generalizadas de 1º, 2º e 3º graus por todo o corpo”.
Em 23 de fevereiro, a esposa da vítima gravou o momento em que o soldador aparece dirigindo e ameaça o marido, que estava em outro carro com ela.
No dia seguinte (24), uma câmera de segurança registrou quando o soldador se aproxima, joga um líquido inflamável em Fabrício e ateia fogo. A vítima tinha deixado a esposa no trabalho.
Celso Edgar da Silva fugiu, mas se entregou quando teve a prisão temporária decretada. No interrogatório à polícia, ele alegou que havia sido ameaçado de morte pela vítima.
Segundo relatou, ele chegou ao trabalho de manhã, ficou dentro do carro esperando a hora de entrar e bater o ponto. Em seguida, percebeu que Fabrício chegou com a esposa.
Naquele momento, Celso confessou à polícia que pegou um frasco de álcool no porta-luvas, tirou a tampa e foi até Fabrício, que já de saída e então parou para responder o indiciado.
Celso alega que disse: “O que você quer comigo?”, quando Fabrício teria repetido uma ameaça. Sem nenhum movimento brusco da vítima, que poderia sugerir que estava armada, o soldador despejou o liquido em Fabrício e, com o isqueiro que tinha na mão, ateou fogo.
Disse que a “intenção não era matar Fabricio e, sim, lesioná-lo”.
Vítima não resistiu
Fabrício ainda saiu do carro com o corpo em chamas. Ele foi socorrido e levado para um hospital com 80% do corpo queimado. Mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
Fabrício deixou dois filhos. Ele estava desempregado e iria começar a trabalhar num novo emprego.
A investigação foi feita pelo 3º Distrito Policial (DP), em Mauá, e foi relatada ao Ministério Público com a conversão da prisão por homicídio qualificado.
A defesa de Celso não foi localizada.
O g1 apurou que Celso responde a um processo por furto desde 2017, quando foi acusado de pegar o estepe de um carro em Mauá.