Dos trilhos da vida aos comandos da cabine do trem: Letícia Feijó celebra 16 anos como maquinista na CPTM

De passageira a colaboradora, Letícia representa a nova geração de mulheres que vem transformando o transporte ferroviário


 Para celebrar o Dia do Maquinista, comemorado em 20 de outubro, a CPTM dá destaque à trajetória de Letícia Feijó, 37 anos, que há 16 anos atua na operação de trens da companhia. Moradora de Santo André, Letícia tem como base de trabalho a Estação Mauá, na Linha 10-Turquesa, onde realiza diariamente suas viagens e simboliza o avanço da presença feminina no setor ferroviário.
 Foto: divulgação

A descoberta da profissão
A história de Letícia com a CPTM começou antes mesmo de vestir o uniforme. Todos os dias, ela pegava o trem para ir até a Escola Técnica Estadual (ETEC), em Rio Grande da Serra, cidade onde morava na época. Foi durante uma dessas viagens que um aviso de concurso público para maquinista no painel da estação chamou sua atenção e mudou o rumo de sua vida.
 

Meses depois, Letícia recebeu em casa um telegrama com a convocação para apresentar seus documentos e iniciar os treinamentos. Assim, em 2009, começou sua trajetória na CPTM, já na função de maquinista, profissão que exerce até hoje.
 

Os primeiros desafios e a conquista de espaço
“No começo, enfrentei dois grandes desafios: aprender uma profissão completamente nova, aos 21 anos, e ingressar em uma área predominantemente masculina. Não foi fácil, mas também não foi impossível”, relembra Letícia.
 

Ela recorda que, na época, a companhia precisou se adaptar para receber as primeiras mulheres na função.

“Um exemplo foi o banheiro feminino. Antes só existiam banheiros masculinos e o meu supervisor ficava na porta para que eu pudesse usar com tranquilidade. Hoje é completamente diferente, temos o nosso próprio espaço. Conquistamos isso e é muito gratificante saber que servimos de exemplo para outras mulheres”, afirma.
 

Atualmente, Letícia ressalta que as diferenças de gênero já não se refletem mais no ambiente de trabalho. “Me sinto muito respeitada pela CPTM e pelos meus colegas. É uma conquista diária ver como o ambiente evoluiu”, diz.
 

Mulheres à frente dos trilhos
A história de Letícia reflete o movimento de inclusão que vem ganhando força na CPTM. Atualmente, a companhia conta com 906 maquinistas ativos, sendo 5,3% mulheres. Embora a presença feminina ainda seja uma minoria, o número cresce de forma contínua, acompanhando uma tendência nacional de maior representatividade em funções técnicas e operacionais no transporte metroferroviário.
 

Como curiosidade, o curso de formação de maquinistas da CPTM é realizado em parceria com o Senai e possui 800 horas de duração, entre teoria e prática. O programa aborda temas como sistemas elétricos, condução segura, atendimento ao passageiro e protocolos operacionais rigorosos.
 

O Dia do Maquinista vai além da homenagem: é um reconhecimento aos profissionais como Letícia Feijó, que todos os dias garantem a mobilidade de milhões de passageiros com técnica, responsabilidade e comprometimento.
 

Sobre a CPTM
A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos é uma operadora de transporte ferroviário de passageiros, com 1,5 milhão de passageiros transportados por dia útil. Diariamente, os trens percorrem cerca de 69,5 mil km, ou 1,74 volta em torno da Terra, em 1.895 viagens programadas. Juntas, as cinco linhas da CPTM somam 199 km de extensão, dos quais 99 km estão na capital paulista, que também conta com 26 estações do total de 57. A CPTM atende os moradores de 18 municípios, incluindo a capital.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui